O termo “Carbono Equivalente”, cuja simbologia é o “CO2e”, foi criado para representar todos os gases que causam o efeito estufa, visando facilitar a forma como os impactos são medidos e permitir a criação do mercado de carbono, cuja “moeda” é o Crédito de Carbono.
No mercado de carbono, 1 crédito de carbono é emitido para cada tonelada de CO2e (dióxido de carbono ou gás carbônico equivalente) que é absorvida ou que se deixa de emitir em uma atividade humana. Estes créditos de carbono podem ser comercializados no mundo todo, permitindo que aqueles que buscam formas de reduzir emissões possam obter uma compensação financeira pelos seus esforços, já que estes resultados beneficiam todo o planeta. Este é o estímulo para que outros também busquem melhorar suas atividades para emitir menos GEE na atmosfera.
Todos estes gases possuem a capacidade de reter os raios infravermelhos (do inglês, InfraRed, cuja sigla é IR) emitidos pelo sol, impedindo que estes raios escapem da atmosfera, o que resulta no acúmulo de energia térmica (calor), causando o efeito estufa (aquecimento). Contudo, cada um destes gases possui potencial de reter os raios IR com maior ou menor intensidade dentre eles. Isto quer dizer que a emissão de 1 tonelada de um gás pode causar um efeito estufa centenas ou milhares de vezes maior do que a emissão de 1 tonelada de outro. Esta diferença de impacto entre os gases torna muito difícil comparar os impactos das atividades humanas de emissão dos GEE. Para facilitar isto, foi criado o Carbono Equivalente, ou CO2e.
A molécula de CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico) foi utilizada como o gás padrão para todos os cálculos. Conforme explicado acima, 1 crédito de carbono equivale a 1 tonelada de CO2 não emitida ou absorvida. Isto quer dizer que 1 crédito de carbono equivale ao efeito benéfico resultante da não emissão ou absorção de 1 tonelada de CO2 na atmosfera.
Uma vez que cada gás possui impacto diferente na atmosfera, é preciso equipará-lo aos efeitos do CO2, indicando quanto a emissão de 1 tonelada de um determinado gás causador do efeito estufa equivale em toneladas de CO2. O resultado deste cálculo é o Carbono Equivalente ou CO2e.
Para que seja feita esta conversão dos demais gases em CO2e, foi desenvolvido o GWP (Global Warming Potential, em português “Potencial de Aquecimento Global”), um estudo que relaciona a capacidade de cada um destes gases em absorver calor na atmosfera (eficiência radiativa), em um determinado tempo (usa-se sempre 100 anos como referência), comparada à mesma capacidade de absorção de calor do CO2.
Por isto, quanto mais esforço é feito para reduzir as emissões de GEE, mais créditos de carbono podem ser obtidos, podendo ser comercializados e gerar receitas para compensar os esforços e investimentos empregados.